Jesus Cristo é uma das figuras religiosas mais famosas e importantes para o ocidente desde a implantação da igreja católica como religião oficial do império romano. A Europa se desenvolveu pensando em Cristo e cada homem teve, por muitos séculos, a preocupação central de procurar a salvação de sua alma durante a vida.
Apesar de Jesus Cristo ter sido um judeu da Galiléia, suas ideias e princípios morais e religiosos fizeram mais efeito no império romano e logo depois em toda a comunidade europeia por diversos fatores. Devido a isso, sua imagem e mensagem foi transmitida pelos europeus para o resto do mundo – inclusive para os continentes americanos por meio das colonizações, obtendo sucesso – da maneira que eles o compreendiam.
Os quadros que retratam Jesus Cristos foram produzidos muitos anos depois de sua morte por artistas europeus da igreja e também renascentistas. A personificação do rosto e aparência de Cristo recebeu características europeias, para que o “herói religioso” do povo ficasse mais parecido com ele, assim dentro dos padrões na nobreza.
Essa personificação ficou cravada no cristianismo e ganhou evidência máxima durante o governo nazista na Alemanha quando Paul Lagarde afirmou que Jesus Cristo teria sido ariano, apesar de judeu. Considerando que os judeus mataram jesus – e assim foram considerados deicidas -, os alemães estariam agindo “do lado de Deus” durante o holocausto.
Fato é que a aparência real de Jesus Cristo não pode ter qualquer semelhança com a representação imagética que temos dele hoje. Estudos recentes conseguiram chegar ao que poderia ser a face de Jesus de acordo com os padrões estéticos dos judeus em sua época. Apesar disso, o legado da imagem europeia de Cristo já faz parte do tradicionalismo cristão e desenraiza-lo – apesar de interessante e muito importante para questionar valores estéticos predominantes – será uma tarefa muito difícil.