Mario Quintana é um dos mais renomados escritores brasileiros, que pode fazer de sua arte uma enorme colaboração para a literatura nacional. Além de escritor e poeta declarado, Mario também atuou como jornalista. Fruto do casamento entre o farmacêutico Celso de Oliveira Quintana e Dona Virgínia de Miranda Quintana, nasce prematuramente no dia 30 de julho de 1906 em Alegrete, estado do Rio Grande do Sul.
Desde pequeno aprendeu a apreciar os estudos e principalmente a escrita, além do aprendizado da língua francesa, que era um idioma muito utilizado por todos em sua casa. Após concluir o ensino primário, Mario ingressa no Colégio Militar de Porto Alegre, em regime de internato. Nesse período, começa a traçar seus primeiros trabalhos e consegue publicá-los na revista Hyloea, da Sociedade Cívica e Literária dos Alunos do Colégio Militar.
Embora fosse apaixonado pela literatura em geral, essa prática era totalmente contrária ao que seu pai estimava para o seu futuro. Mas Mario não se deixou intimidar por isso, e quando sai da escola decide trabalhar como atendente em uma livraria, como apenas 17 anos formula e publica um soneto em um jornal da cidade, mas assina o mesmo com o pseudônimo JB.
Este poema cria tão enorme repercussão que seu próprio pai se sentiu orgulhoso pelo trabalho e logo queria identificar como sendo o pai do poeta. Apesar de tanta euforia e enormes doses de ironismo advindas do seu trabalho, Mario decide trabalhar na farmácia do pai, no anos seguintes vive os momentos mais tristes de sua vida, que fora a perda da sua mãe em 1926 e do seu pai em 1927.
As únicas alegrias que tivera para contornar as perdas foram as inúmeras premiações que recebeu por seus trabalhos. Entre eles estão a vitória do concurso de contos do jornal Diário de Notícias de Porto Alegre com A Sétima Passagem. Mais tarde segue trabalhando na redação do jornal O Estado do Rio Grande, onde realizou inúmeras traduções de telegramas, além de redigir uma seção.
A partir daí, foi sendo criados novos e estimados trabalhos. Uma série de obras que servem de referência literária até os dias atuais, como Quintanares, A Vaca e o Hipogrifo, Da Preguiça como Método de Trabalho, Lili Inventa o Mundo,O Sapo Amarelo, entre outros. Além disso, realizou inúmeras participações em publicações e fez várias traduções.
Foi funcionário da Editora Globo e Livraria Globo por muitos anos, onde atua em momentos só e com outros autores na tradução de obras estrangeiras, mais especificadamente as escritas no idioma francês. Ao longo de sua carreira contemplou muitos prêmios, como o título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e nos seguintes de outras importantes academias e universidades de todo o país. Mario Quintana foi e ainda é elogiado pelos maiores intelectuais.
Fora indicado diversas vezes para a Academia Brasileira de Letras, mas não pode ter ter em posse sua própria cadeira. Apesar disso, foi ilustremente homenageado por pessoas importantes da associação, como o escritor Manuel Bandeira e Augusto Meyer. Mario Quintana faleceu em 1994, no dia 05 de maio, na cidade de Porto Alegre/RS, onde residia há vários anos.
Verso:
“Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia.”