O discurso científico a pouco tempo na humanidade foi inventado e ganhou a notoriedade enorme que tem hoje. Basicamente, essa espécie de discurso autorizado era baseada na utilização de métodos científicos para comprovação de qualquer conhecimento como verdadeiro. Obviamente, uma série de coisas tinham de ser levadas em consideração no método para que o conhecimento fosse aceito.
Essa nova forma de ver o mundo abriu os caminhos para muito desenvolvimento em todas as áreas do saber. Excluindo a maioria dos dogmas e mitos mágicos, os cientistas tentavam comprovar ou refutar todo o tipo de coisas por meio de métodos que podiam ser experimentados em qualquer laboratório. A empiria estava disposta como método universal para comprovação.
As teorias científicas então surgiam de acordo com os experimentos que podiam teoricamente comprova-las. Apesar de trazes grandes avanços, algumas teorias científicas eram simplesmente aceitas e não muito questionada pela comunidade científica, justamente por estar dentro dos padrões do método e parecer cientificamente irrefutável.
Essa característica de “descobrir e alcançar a verdade” é muito típica dos cientistas positivistas, algo que durou bastante nesse meio. Porém, alguns pensadores não concordavam com esse ideal e tentavam informar a comunidade acadêmica através de suas publicações, sobre a problemática dessas questões.
O pensador e filósofo austríaco Karl Popper foi um dos teóricos que abalaram a comunidade científica com suas idéias sobre a temática da comprovação empírica ou teórica das teorias ou hipóteses científicas. Seu pensamento denominado por ele de Racionalismo Crítico abrangia que as teorias científicas aceitas como “verdades” não deveriam ser simplesmente aceitas, mas que os outros cientistas sempre deveriam tentar derruba-las.
Admitindo que o conhecimento científico é algo mutável, Popper discorria em sua reflexão sobre a comprovação científica, onde uma teoria mesmo com muitos elementos funcionais que a tornem verdade não valeria em sua totalidade se apenas um argumento ou um elemento contrário pudesse ser comprovado.
Popper admitia que o conhecimento científico não deve ser fixo, pois a possibilidade de se chegar na verdade não nos uma realidade. Os conhecimentos sempre devem ser reformulados a fim de que cheguem cada vez mais próximo de uma verdade.
O pensamento de Popper, apesar de ter sido muito negativado por muitos cientistas teve sim suas influências justamente por problematizar uma espécie de “tradicionalismo científico”. É muito fácil hoje dizer que Popper tinha razão em muitas de suas teorias. O Racionalismo Crítico mostrou-se eficiente e praticamente mudou a maneira de pensar quanto ao pensamento científico.
É completamente notável que todo conhecimento autorizado possa ser derrubado, substituído, reformulado e repensado. Grande parte dos conhecimentos das ciências naturais tiveram de ser reformulados. Os átomos que antes eram como “bolas de sinuca indivisíveis” hoje são partículas que dispõe de carga negativa e positiva e podem ser divididos; Um objeto mais pesado e denso que o próprio ar pode ser passível de voo (vide aviões), entre outros teorias que tivera que sofrer modificações.
A teoria pode de Popper pode ser comprovada na história do próprio saber científico que tem a mutabilidade como característica por excelência.