Ao contrário do que se imagina, o Brasil não possui 512 anos de existência. De certo, haviam centenas de povos nesse imenso território que hoje goza de Estado Nacional com República Federativa. É claro que se formos levar em consideração o amplo conjunto étnico religioso que se formou durante a história da América Portuguesa, Império e República que hoje constituem o ainda receoso porém presente sentido de identidade nacional, o Brasil, produto de todos esses encontros sincréticos possui 512 anos.
Mas é claro que o berço esplendido não inicia-se com a chegada de Cabral. Descobertas recentes implicam que aqui já existiam grupos humanos a mais 40 mil anos. Para se ter uma ideia, essa descoberta acaba por quebrar a teoria do estreito de bering e desafia cientistas e historiadores a proporem novas teorias que atualizem essa perspectiva.
Não sabe muito das etnias que aqui viviam. Em parte porque eram povos que não possuíam sistema de escrita e não documentavam o passado de forma muito clara. Não sabemos muito também porque os colonizadores portugueses não demonstraram profundo interesse no estudo dos povos ameríndios. Grande parte do que hoje se sabe foi devido aos estudos de grupos franceses que ao longo da história tentaram estabelecer colônias no Brasil.
Todos os povos da América em geral, produziram uma forma de vida totalmente diversificada dos povos do velho mundo. Isso porque aqui desenvolveu-se formas de interpretação do mundo diferenciadas, como também das relações humanas, relações hierárquicas, juízos de valor do material, as diferenças biológicas e geográficas dos lugares que influenciaram o desenvolvimento em outras questões. A necessidade de lutar pela sobrevivência aqui nunca foi algo tão sagaz e presente quanto na Europa. Ao contrário do que se pensa, a América sempre fora lar de superabundância de vida humana, animal e alimentos. Para figurar o exemplo, no império inca nenhuma pessoa passava fome, pois possuíam um sistema altamente burocrático de distribuição de alimentos que atendia toda a área. Isso também será visto em diversas tribos que viviam no território brasileiro.
O encontro entre ameríndios e habitantes do velho mundo fora acontecendo aos poucos e ainda causa polêmica. Existem teorias que talvez os primeiros do
Velho Mundo a chegarem na América foram os chineses séculos antes dos europeus. Pesquisas arqueológicas recentes encontraram âncoras do tipo das embarcações chinesas em costas americanas que datam muito antes da chegada de Colombo. Outras teorias giram entorno dos povos da Fenícia (que futuramente chamar-se-á Cartago). Alguns historiadores estudam evidências que os fenícios vieram até as costas brasileiras para fazerem a sepultura de um de seus imperadores. Isso foi constato com inscrições aparentemente do alfabeto fenício no corcovado do Rio de Janeiro.
Mas a história desses encontros mais profundos inicia-se com a chegada de Pedro Álvares Cabral em terras brasileiras no ano de 1500. A política de Portugal adotou um sistema expansionista territorial e de divisão de terras. Esse era um instrumento para manutenir a coroa no poder de um Estado Nacional monárquico tão diferente dos demais da Europa. Os interesses no Brasil iniciaram-se alguns anos depois com a extração do pau brasil que ocorria sem muitas delongas. A colonização começou pela necessidade de alguma estrutura básica na colônia e pela preocupação com embarcações de outros países europeus que aqui vinham com a intenção de colonizar e colher riquezas.
Daí inicia-se a colonização da América Portuguesa que teve como primeira vila a Vila de São Vicente no atual litoral paulista. A economia girou entorno da extração do pau brasil até que esse finda-se quase por inteiro. A Europa interessava-se no açúcar que era de produção escassa e complicada no oriente médio. Os portugueses a algum tempo já ambientados com o cultivo da cana de açúcar, inciaram as primeiras plantações em larga escala nos territórios brasileiros principalmente do nordeste, onde o clima era mais favorável. A essa altura, alguns centros urbanos já estavam se desenvolvendo e a colônica ganha sua primeira capital administrativa em Salvador – Bahia. Para o cultivo da cana, a coroa portuguesa também investira no tráfico de escravos que também movimentava enormes quantias de dinheiro, talvez até mais que o açúcar.
Em meados do século XVII as primeiras minas de ouro são descobertas pelos paulitas na região de Minas Gerais. O ouro era de principal importância no ocidente naquele momento. O ouro era a principal moeda de troca e era o que definia a riqueza de um país. Por isso, a atenção portuguesa virou-se com força para a extração de ouro no Brasil. A cidade do Rio de Janeiro havia se desenvolvido bastante nos últimos anos e era um dos mais importantes portos do país, além de ter uma ligação mais sólida com São Paulo. A cidade então é escolhida para ser a nova capital do país. Rio de janeiro virá a ser capital da colonia portuguesa, dos reinos unificados de Portugal, Brasil e Algarves – quando a família real foge de Portugal e faz do Rio capital de todo império – do império e da república brasileira.
O império brasileiro inicia-se pela indignação da coroa local e das elites que não aceitavam que o Brasil fosse rebaixado a colônia novamente– após o retorno
da coroa a Portugal. O país havia passado por bons tempos econômicos e modernizadores, mais liberdade econômica e comercial e ser rebaixado a colônia não agradaria os grandes produtores. Dom Pedro I no dia 7 de setembro de 1822 declara a independência do Brasil. Várias batalhas entre brasileiros e portugueses (por mais difícil que fosse diferenciar um do outro daquele momento histórico) foram travadas e ao final, as tropas brasileiras venceram. Invés de constituir uma república igual aos demais países da América do Sul, o Brasil adotou o sistema imperial.
O império brasileiro foi marcado por uma certa liberdade econômica e desenvolvimento de diversas partes do país. Foram feitos acordos para que outros países reconhecessem a independência brasileira e foram feitas a constituição e toda a linha burocrática do império, já herança portuguesa. A economia ao final começou a se recuperar com o cultivo e exportação do café em predomínio da região sudeste. As campanhas abolicionistas também marcaram essa época brasileira. O trabalho escravo fora proibido e os fazendeiros tiveram que importar mão de obra qualificada de outros países como Itália e Japão para o cultivo do café.
Devido os descontentamentos dos grandes fazendeiros e da economia que não ia muito bem,
houve o golpe militar de 15 de novembro de 1889 que expulsou a monarquia do país e transformou de império para república. A república perdura até hoje no país e desde seu início é marada por baixas e altas econômicas. Essencialmente, a política do café com leite distribuía os níveis de economia brasileira. A Era Vargas em si foi de muita importância para o desenvolvimento do país por trazer modernização, saltos econômicos, indústrias em vários setores, direitos trabalhistas que até hoje vigoram.
Juscelino Kubitschek foi o presidente que levou o desenvolvimento para a região central do país que era pouco desenvolvida. Para isso mudou a capital do Brasil do Rio de Janeiro para a cidade de Brasília. Para
isso foram feitas várias caravanas de reconhecimento e uma grande campanha de construção da cidade. A construção de Brasília ajudou de fato o desenvolvimento de outras partes do país e estabeleceu uma capital mais original e simbólica.
Também no século XX, o Brasil enfrentou um período de ditadura militar. Os crescentes movimentos comunistas no país e as pressões norte americanas resultaram no golpe militar de 1964. A ditadura brasileira foi marcada como período de repressão militar, tortura, repressão a liberdade de expressão e totalitarismo, juntamente a outras ditaduras implantadas em outros países da América do Sul. Esse período durou até 1985
com a eleição do presidente José Sarney. A partir daí, a República Federativa do Brasil volta a vigorar e são restabelecidos os direitos de liberdade brasileira. Uma nova constituição foi promulgada no dia 5 de outubro de 1988.
Os tempos seguintes do Brasil são conhecidos por um grande salto econômico. Hoje, o Brasil encontra-se na sétima posição em economia mundial como país emergente. Os avanços econômicos não necessariamente significaram avanços sociais. O país ainda abriga uma enorme desigualdade social, má distribuição de renda, terras e preconceito. Atualmente, o Governo do Brasil tem implantado políticas públicas para diminuição da das desigualdades que tem mostrado pequenos resultados com o tempo. Porém, o país ainda tem um longo caminho pela frente e ao que tudo indica, o desenvolvimento em quase todos os setores será algo verdadeiro dentro de alguns anos.