Nascido em 1882, na cidade de Taubaté, São Paulo, o escritor José Bento Renato Monteiro Lobato viria a ser um dos grandes escritores do país. O menino foi criado em um sítio e alfabetizado primeiramente por sua mãe e logo depois por um professor particular. Aos sete anos de idade foi matriculado em um colégio e nessa idade, já vivera em contato com os livros de seu avô, os quais lia frequentemente.
Desde cedo, já atuava escrevendo contos e demais textos para os jornaizinhos escolares. Após ter se formado no colégio, o jovem Lobato mudaria-se para a cidade de São Paulo para estudar no Instituto de Ciências e Letras. No ano de 1898, seu pai morre de congestão pulmonar, fato que um ano mais tarde mataria também sua mãe pela depressão adquirida.
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Apesar de ter como sonho estudar na Escola das Belas Artes, Monteiro Lobato teve que aceitar a imposição de seu avô e estudar na Universidade de Largo de São Francisco, onde cursou Direito. Porém, isso não o impediu de escrever e participar de todo o tipo de jornal, onde conseguiu popularidade devido ao seu jeito inconfundível de escrever.
Após ter se formado em Direito no de 1904, Monteiro Lobato casa-se com Maria Pureza da Natividade de Souza Castro, apelidada de Purezinha, e tornou-se promotor público em Areias, onde teve sua primeira filha em 1909. Um ano depois, associou-se em um negócio da estrada de ferro e teve seu segundo filho. Nunca deixou de escrever para jornais e revistas diversos.
Com a morte de seu avô, Monteiro Lobato herda a fazenda e muda-se para lá com sua família. Agora com uma boa estabilidade financeira, ele pode se envolver em outros negócios e projetos. Mas foi durante um inverno rigoroso com sucessivas queimadas provocadas pelos caboclos que Monteiro Lobato escreve sua indignação intitulada de Velha Praga e envia ao jornal Estado de São Paulo, artigo que causou grande polêmica e fama ao escritor.
Após isso, escreveu vários outros artigos como o Urupês com o personagem famoso Jeca Tatu, uma espécie de denúncia aos atrasos nas sociedades campesinas brasileiras. Porém, sua denúncia preconceituosa gerou grandes polêmicas tendo aliados a seu favor e também contra sua posição generalizadora e pouco estudada sobre os chamados “caipiras”.
Após dificuldades financeiras devido ao período das geadas, Monteiro Lobato vende sua fazenda e muda-se novamente para São Paulo, acreditando investir em sua carreira como escritor. Após grandes feitos por lá, consegue comprar a Revista Brasil, que lhe rendeu dinheiro suficiente para montar uma editora que viera a facilitar publicação de livros brasileiros, principalmente das correntes modernistas.
Sua editora alcançou enorme sucesso e tinha uma das maiores demandas do país. A distribuição e a qualidade das capas e páginas eram o principal nas produções e por ela, vários famosos livros foram editados e publicados. Com a desvalorização da moeda, o negócio de Lobato veio a quebrar, porém mais tarde ele viria funda a Companhia Editora Nacional no Rio de Janeiro, onde publicou os famosos contos infantis como o O Sítio do Pica Pau Amarelo.
Após visitas aos Estados Unidos e participações políticas no Brasil, sobretudo na campanha O Petróleo é Nosso, Monteiro Lobato defendeu com unhas e dentes o nacionalismo brasileiro que logo fora derrubado pela ditadura, onde aliando-se aos comunistas, foi preso algumas vezes. O escritor morre em 1948 com 66 anos de idade vítima de espasmo cerebral, sendo velado na Biblioteca Municipal de São Paulo.
Principais Obras
Urupês, Cidades Mortas, Zé Brasil, O Presidente Negro, Negrinha, A Menina do Narizinho Arrebitado, Reinações de Narizinho, O Marquês de Rabicó, Jeca Tatuzinho, A Caçada da Onça, O Museu da Emília, O Saci Pererê: O Resultado de Um Inquérito, As Aventuras do Príncipe.