Uma das escolas literárias mais importantes do mundo foi o Parnasianismo, movimento desenvolvido na França, a partir de 1850, tendo como seu intuito principal a retomada cultura clássica, prova disso foi a sua contraposição ao romantismo do século XIX.
Sua linguagem de abordagem valoriza a mitologia, o exotismo, o respeito às regras de versificação, as rimas raras, as preferências pelas estruturas fixas, o preciosismo rítmico e vocabular, entre outras características que remetem aos valores estéticos da antiguidade clássica.
Outros pontos fortes do parnasianismo global foram a objetividade e impessoalidade, a arte pela arte, descritivismo, valorização dos sonetos, uso de figuras de linguagem, metrificação rigorosa, encadeamento sintático e a temática Greco-Romana.
No Brasil, o Parnasianismo propiciou fortes influências durante até o ano de 1922, período em que iniciou o Modernismo brasileiro, que deu origem a famosa e popular Semana de Arte Moderna. As décadas de mais destaque desse movimento foram de 1870 e 1880.
A grande diferença da sua abordagem no país é que mesmo fugindo do sentimentalismo, não excluía das suas entrelinhas o subjetivismo, com preferência predominante pelas formas fixas, sonetos, universalismo, esteticismo perfeito, versos alexandrinos de tipo francês.
As composições dos autores brasileiros sempre tendenciavam o homem preso à matéria, destacando traços de sensualismo ou pessimismo, a falta de possibilidade e suas dificuldades em libertassem. Os poetas parnasianos mais conhecidos foram – e são:
⇒ Alberto de Oliveira;
⇒ Francisca Júlia;
⇒ Raimundo Correia;
⇒ Olavo Bilac;
⇒ Vicente de Carvalho.
Existe um conceito em que professores e livros ressaltam a chamada Tríade Parnasiana, composta por Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, suas obras são as mais conhecidas e bem elaboradas pelas particularidades dessa escola literária.
Via-Láctea
“Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via
Que, aos raios do luar iluminada,
Entre as estrelas trêmulas subia
Uma infinita e cintilante escada.
E eu olhava-a de baixo, olhava-a… Em cada
Degrau, que o ouro mais límpido vestia,
Mudo e sereno, um anjo a harpa doirada,
Ressoante de súplicas, feria…
Tu, mãe sagrada! vós também, formosas
Ilusões! sonhos meus! Íeis por ela
Como um bando de sombras vaporosas.
E, ó meu amor! eu te buscava, quando
Vi que no alto surgias, calma e bela,
O olhar celeste para o meu baixando… […]”