Por falta de pesquisador, IAC interrompe estudos em grãos, hortaliças e tecnologia de fibras – Revista Globo Rural
O Instituto Agronômico de Campinas (IAC), renomada instituição de pesquisa agropecuária do Estado de São Paulo, anunciou a interrupção de estudos em grãos, hortaliças e tecnologia de fibras devido à falta de pesquisador. Essa decisão impacta diretamente a produção agrícola do país e preocupa o setor, que depende dessas pesquisas para o desenvolvimento de novas variedades de culturas, técnicas de cultivo e inovações tecnológicas.
Falta de profissionais qualificados
A falta de pesquisadores qualificados é um problema recorrente nas instituições de pesquisa no Brasil. O IAC, que já foi referência internacional em estudos agronômicos, enfrenta dificuldades para atrair e manter profissionais especializados em diversas áreas, como genética de plantas, manejo de solo, fitossanidade e tecnologia de fibras. Sem esses profissionais, os estudos e experimentos necessários para o avanço da agricultura ficam comprometidos.
Além disso, a falta de investimentos em pesquisa e inovação agrícola no país contribui para o esvaziamento das instituições, que muitas vezes não conseguem competir com salários mais atrativos oferecidos por empresas do setor privado. A carreira de pesquisador no Brasil enfrenta desafios como a falta de reconhecimento, instabilidade de financiamento e falta de perspectivas de crescimento profissional.
Impactos na produção agrícola
A interrupção dos estudos em grãos, hortaliças e tecnologia de fibras pelo IAC tem impactos diretos na produção agrícola do país. Sem novas variedades de culturas mais resistentes a pragas e doenças, climaticamente adaptadas e com maior produtividade, os agricultores ficam limitados em suas opções de cultivo. Além disso, a falta de pesquisas em tecnologia de fibras prejudica a cadeia produtiva têxtil, que depende de inovações para se manter competitiva no mercado internacional.
A pesquisa agrícola é fundamental para o desenvolvimento sustentável do setor, contribuindo para a melhoria da qualidade dos alimentos, a redução do impacto ambiental da produção agrícola e o aumento da produtividade e rentabilidade dos agricultores. Sem investimentos e profissionais qualificados, o Brasil corre o risco de ficar para trás em um mercado global cada vez mais competitivo.
Conclusão
A falta de pesquisador no Instituto Agronômico de Campinas é apenas um reflexo da situação precária da pesquisa agrícola no Brasil. É urgente que o governo e a iniciativa privada invistam mais nessa área, garantindo a formação e a manutenção de profissionais qualificados e o financiamento de estudos e experimentos que possam impulsionar a produção agrícola do país. A pesquisa agrícola é um pilar fundamental para o desenvolvimento sustentável do setor e para a segurança alimentar da população. É necessário agir agora para evitar danos irreparáveis no futuro.