Segundo a maioria dos manuais didáticos de história as Capitanias Hereditárias foram uma forma que D. João III encontrou para colonizar a parte portuguesa do novo mundo e ao mesmo tempo protege-las dos invasores, principalmente franceses. No entanto, esse é só parte da motivação, para intender melhor esses jogos devemos ampliar o quadro de possibilidades.
Basicamente as Capitanias Hereditárias foi a forma de partilha territorial feita pelo governo português em suas colônias, tanto no Brasil, como em Cabo Verde e Ilha da Madeira. O território brasileiro foi então dividido em treze grandes extensões de terras datas cada uma a um capitão donatário, essas deveriam cumprir o pacto colonial. Como o nome já diz eram hereditária transmitidas de pai para filho perpetuamente. O modelo de posse a terra vigorou no colônia de 1534 à 1759, as principais razões para a ruína desse sistema foi o despreparo dos capitães no trato a terra, a falta de amparo da metrópole e a grande dificuldade do cumprimento do pacto colonial. O ” fim ” do poder donatário culminou com a ascensão do Ciclo do Ouro e consequente troca do centro do poder, do nordeste para o sudeste.
A opção de divisão de terras em capitanias era antes de mais nada um forma de troca de favores no jogo político português, a burocracia vigente confundia o que é público e o que é privado na nação. Para haver a manutenção do poder o imperador em troca de favores concedia terras aos poderosos, por isso, a divisão territoriais coloniais. Raymundo Faoro no seu livro Os donos do poder diz que esta burocratização do poder se transplantou para o Brasil, uma administração paternalista e patriarcal. Teatro que dura até hoje, ainda há “doninhos” da terra, vindos hereditariamente desde os 500.
É só olharmos com um pouco de atenção que é possível figurar como é desigual a posse das terras brasileiras e, porque a reforma agrária nunca nunca acorreu por aqui, vemos que o os coronéis latifundiários ainda permanecem com as chaves das cidades nas mãos.