O funk surgiu a partir dos estilos característicos da música negra norte-americana, tendo como representante com maior evidência, o cantor James Brown, além de alguns dos seus músicos. Nas canções que compunham, existia uma grande conotação a irreverência e uma certa extravagância artística de movimentos corporais, que enalteciam a sensualidade. O ritmo misturava soul, jazz, blues e R&B, porém antes da década de 60, o termo era visto como imoral e indelicado, justamente por que fazia alusão ao erotismo.
A partir dos anos 80, o estilo inicial do funk foi sendo transformado, e o mesmo ganhou uma batida mais pesada, influenciado pela psicodelia, que logo seria conhecido como Funkadelic-Parliament e em seguida o P-Funk, que se além de se referir ao subgênero, também dava o nome à banda que comumente o interpretava. Essa atuação influenciou na criação de milhares de grupos, ma em pouco tempo, o novo estilo musical que logo perdeu força nos EUA, se expandiu para várias partes do mundo, inclusive o Brasil.
O primeiro contato com o soul music pelos brasileiros aconteceu com o lançamento do disco de Gerson Combo – Brazilian Soul, onde havia vários sucessos como Asa Branca que fora complementada com uma batida americanizada. Outros cantores como Tim Maia e Tony Tornado também adotaram a atitude e o estilo do Black Power, criando então o movimento Black Rio. Surgia posteriormente as equipes de som no Rio de Janeiro, como a Soul Grand Prix e a Furacão 2000, o qual passou a organizar bailes dançantes, realizados ao som de vitrolas hi-fi e etc.
Influenciado por um novo ritmo mais rápido vindo da Flórida, o funk no Rio começou a destacar entre os bailes. As músicas agora feitas em português, atraiam cada vez mais pessoas, mesmo porque além da batida, a letra composta retratava o cotidiano da maioria dos frequentadores que eram os próprios moradores da favelas. O funk falava sobre violência, drogas, as armas, pobreza, dificuldades, e etc. Mas haviam cantores que faziam essa crítica através de uma abordagem diferenciada, sem fazer qualquer menção a violência ou a discriminação.
Claudinho e Buchecha, renovam o funk carioca, não utilizando violência nas letras:
O funk atual possui músicas mais dançantes e várias letras sensuais com pequenas inserções de humor e romantismo. Esta nova fase se tornou sucesso em todo o país e também no exterior. Influencia nitidamente a juventude carioca, por se tratar de um ritmo que conta aquilo que vivenciam, criando uma integração entre as classes, desmitificando o lado ruim da cidade, sobre a violência e a criminalidade.
O ritmo do funk consegue envolver com sua batida forte, mesmo na canções que possuem muito erotismo (chamadas de proibidão) ou tenham letras com duplo sentido também conseguem demonstrar criatividade e grande liberdade de expressão. Tem se expandido tanto, que cantores de outros gêneros musicais fizeram fusão de suas música com o funk, criando versões muito apreciadas por diferentes pessoas. O funk se tornou referência carioca e brasileira no exterior, onde enormemente tem sido reconhecida como ritmo cultural.