Recentemente tornou-se obrigatório a inclusão de história da África dentro do currículo escolar, e isso tornou ainda mais latente um grave problema, durante tempos o Continente africano ficou soterrado e julgado com trivialidade em meio aos conteúdos aplicados. Esse problema é bem mais amplo do que se imagina, atingindo todos os estágios da educação, no ensino básico, onde os assuntos mais próximos param na escravidão, outro ponto ainda a ser muito problematizado, os livros didáticos quando dedicam se dedicam pouco a esse tocante, os professores, as vezes passam por cima do conteúdo em seus planos de curso, muito também por não terem abarcado essas questões na sua formação acadêmica, que também é carente de uma maior quantidade de trabalhos, embora nos últimos tempos uma boa quantidade de artigos e projetos vem se direcionando para essas, mesmo assim as investigações acerca do Continente Africano ainda merece duras críticas, quanto a forma tendenciosa de abordadar.
Depois de uma introdução bem superficial sobre mazelas do ensino, temos que nos atentar para a visão dos brasileiros a respeito da África e dos Africanos, geralmente depreciativas reproduzindo sempre imagens de pobreza, guerras, desarranjo político, epidemias, que continua pregar no imaginário os esteriótipos de um continente Africano infernal e selvagem. Embora a função desse presente texto seja meramente informativa julgamos pertinente salientar os leitores quanto a uma perspetiva mais crítica, para podermos caminhar com o mínimo de dignidade quanto ao que julgamos ser verossímil quando nos aproximamos daquele grande e heterogêneo continente que por séculos permaneceu ligado compulsoriamente ao Brasil por vias atlânticas.
Economia
A África é considerada hoje, o continente mais pobre do mundo, partido é claro de uma classificação ocidental de graus de desenvolvimento, isso também não quer dizer que todos os diversos países africanos vivem e situação de pobreza extrema, e isso é muito importante para fugirmos dessa ideia errônea de primitividade. Segundo pesquisas cerca de um 1/3 da população vive com menos de um 1 dólar por dia, as práticas econômicas são diversas, merecendo destaque a agricultura tanto de subsistência, quanto comercial. Graças a grande riqueza florestal, também é muito explorado a extração de madeira que figura entre os principais itens de exportação, países como Gana, Nigéria, Costa do Marfim e Libéria são principais exploradores desse tipo de atividade.
Países por exemplo como Serra Leoa, que conta com as maires Jazidas de Titânio já descobertas, tem como fonte de renda principal a exportação de minerais, sendo atualmente o principal motor da economia externa. A pesca marítima também é muito explorada nos países costeiros, como Marrocos e África do Sul. Por falar em África do Sul, esse país possui o maior PIB da região, e aposta em diversas areas de atuação como indústria, agricultura, bens de consumo, turismo entre outras coisas.
Segundo estimativas de uma forma geral o Continente Africano deve experimenta um significativo crescimento, cerca de 4,8%, este numero poderia ser maior se não fosse as querelas políticas internas mantidas em alguns países e a ainda tímida retomada da economia mundial depois da crise de 2009. Uma das principais apostas para um crescimento e fomentar a máquina turística, que cada vez permite vislumbramentos animadores.
Relevo e Hidrografia
Em uma visão Macro do relevo africano podemos entender que resulta de passado geológico muito distante, com isso, que no decorrer de milhares de anos foi sofrendo mudanças, sendo hoje predominantemente plano. Na faixa litorânea é composta por uma vasta planície, ao leste do continente encontramos o o Grande Vale do Rift, com destaque para o Monte Kilimanjaro, ao Norte as Cadeias de Atlas e ao sul destas o Deserto do Saara, o maior deserto quente do mundo. Ao sudeste nos deparamos ainda com o imponente Maciço de Drakensberg.
Estão presentes dentro dessa extensão continental alguns dos maiores rios e bacias hidrográficas do mundo, o Rio Nilo, que abrigou em suas margens uma das maiores civilizações mais impressionantes da Terra, o Egito, até pouco tempo ainda se discutia entre o Nilo ser o não ser o maior rio do mundo, contudo pesquisas mais ressentes apontam que com 6.852,15 quilômetros fica na segunda posição, perdendo por apenas 140 quilômetros para o Rio Amazonas. Além desse conta ainda com Rio Níger, Orange, Zambenze, entre outros.
Clima e Vegetação
O território é tangido por dois trópicos, Câncer e Capricórnio e por esse motivo o clima sofre grandes variações passando de tropical para equatorial, merecendo destaque também as duas regiões desérticas, Saara e Kalahari. As temperaturas em geral são bastante altas, com exceção das porções mais ao Norte e ao Sul de Clima mediterrâneo as maiores variações estão nas precipitações chuvosas, bem definidas as estações de Primavera e Verão.
Quanto a vegetação no extremo norte são predominantes as vegetações rasteiras e arbustos região conhecida como Magreb, na faixa de transição do Saara para as Savanas, encontramos as estepes bem adaptadas ao clima semi árido. Na parte Central da Africa predominam as famosas savanas e também as florestas, já ao Sul acorrem uma grande variedade de formações vegetais, entre elas Maquis, xerófilas e também savanas.
População
Dada a vastidão do continente, é também muito diversificada a sua população, são mais de milhões de habitantes, o que gera um contingente demográfico de 26 indivíduos por quilometro quadrado. A grande massa populacional está lograda principalmente nas grandes cidades nas faixas litorâneas.
A grande maioria do seu povo é de origem negra principalmente localizados ao Sul do Grande Saara, são em sua maioria bantos, bosquimanos, sudaneses, pigmeus e nilóticos. Já ao Norte do deserto a predominância étnica é de Árabes, também havendo um larga parcela de Tuaregues e Berberes, por esse motivo a região ficou conhecida como ” África Branca”.
Não podemos negar que existem sim graves problemas de infraestrutura, educação, disputas violentas, saúde e desenvolvimento humano, mas em sua maioria são fatores particulares de cada localidade com razões algumas compartilhadas outras particulares, mas nunca homogenias, esse tipo de informação generalizante não nos ajuda em nada a conceber nossas próprias raízes culturais, enquanto brasileiros, e cria uma falsa ideia de problemas africanos, o que com um rápido olhar panorâmico pelo mundo atual, inclusive dentro dos ditos desenvolvidos encontramos problemas igualmente graves e “parecidos”.